sábado, 29 de maio de 2010

REPLICANDO O IRMÃO

Meu caro Penha, quando digo que sou contra a idéia que alguém nasça sem pai, evidentemente estou me referindo a pai vivo. Qual criança gostaria de não ter pai vivo? Nem aquelas onde o pai é bêbado, drogado, que bate nelas, que bate na mãe delas, gostariam de não ter pai. Claro, elas não gostariam de ter aquele pai, mas gostariam de ter outro idealizado na cabecinha delas.
Vem me dizer que quando menino, e ouvindo histórias de órfãos você não ficava com um puto medo de perder o pai ou a mãe? É claro que sim é natural. Eu também tinha este receio.
O erro é ter o poder de fazer a criança nascer sem pai vivo. Data máxima vênia, meu amigo, é egoismo puro da mãe. Quer afogar a mágoa de ter ficado viúva, de ter ficado sozinha, para tentar trazer um pouco de seu falecido consorte, mesmo que este fruto deste seu desejo venha sofrer com isso.
A assimilação da perda é uma ciência. Saber conviver com a saudade e fazer dela uma coisa boa é para poucos. Esse tipo de saída, onde somente ela ganha, não me parece correta.

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