quinta-feira, 16 de abril de 2009

QUEM SABE, UMA PASSAGEM SÓ DE IDA?

A demagogia, há muito instalada nesta velha república tupiniquim, cria umas besteiras, com as desculpas mais esfarrapadas. Pois, os legisladores nacionais resolveram criar o chamado Vale Transporte. Por esta lei, o empregador é obrigado a fornecer passagens ao empregado para que se desloque de sua casa para a empresa. O empregado ao final do mês paga uma pequena parcela do valor efetivo das passagens ficando o restante por conta do empregador.
Assim sendo, ao invés de pagar bem o empregado, o empregador se vê na contingente de lhe alcançar além dos salários mais vale transporte e, mais atualmente, de vale refeição e/ou alimentação.
Não carece de muita inteligência imaginar que o empregador brasileiro – mui esperto – diminui do que poderia efetivamente pagar ao seu empregado este tipo de parcela.
A capital federal até 21 de abril de 1960, era na cidade do Rio de Janeiro. Daí que quando houve a mudança para então chamada “Novacap” os pobres parlamentares resolveram se conceder algumas passagens mensais para que eles continuassem a ir ao Rio de Janeiro, haja vista que lá permaneceram, ainda, por longo tempo muitas das repartições federais. Aproveitaram o embalo, para também embutir uma fugidinha para os seus respectivos estados natais.
Com isso, se formou uma tradição de o Congresso Nacional pagar as passagens de deslocamento de parlamentares aos seus estados de origens e também ao Rio de Janeiro, sabe-se lá por que considerando que já se passaram mais de cinquenta anos de mudança da Velhacap para o Planalto Central de Goiás.
Ora, no Brasil, se esculhamba até a Máfia, como diria o famoso Tommaso Buscetta (leia-se busqueta – não faça a pronúncia no italiano normal que você poderá ser mal interpretado). Nesta linha, é que hoje a Viúva paga não só passagens para os deputados, mas como para o cônjuge, para os filhos, netos, e demais parentada, e também para eventuais acompanhantes.
Lembre-se que – certamente – um dos motivos de morte da VARIG foi a má administração, partindo, por exemplo, de costumes de conceder passagens grátis para qualquer lugar do mundo para todos os seus empregados, para alguns familiares, e conhecidos, ou, pelo menos, abatimentos. Não podia dar certo.
No último escândalo, um parlamentar pagou do bolso do Congresso passagens para a apresentadora da tevê Adriane Galisteu, e mais uma comitiva.
Vi - com estes olhos que a terra não comerá – deputados e senadores defendendo esta prática, como defenderiam um prato de comida para um faminto.
Há troco de quê temos que pagar passagens para deputado ou senador da República? Com que motivo alguém tem que pagar minhas passagens de avião?É claro que eu tenho que pagar as passagens para me deslocar pelo país. O que o erário federal tem que ver se eu quero ir a minha terra natal?
Eu vi e escutei parlamentar achando natural que se pague passagem de esposa para viajar ao exterior. Pelo amor de Deus, alguém me dê 1/10 de motivo para tal absurdo.
O pior é que este povinho patropi nas próximas eleições vai eleger os mesmos. Eu nunca vi um povo tão trouxa quando este daqui do Brasil. Não é por outro motivo que as coisas estão como estão.
Se eles agem assim e são reeleitos, acham a coisa mais natural do mundo. E, tem razão, pois se fazem tudo isso e são reconduzidos é por que o povinho está gostando. Gostar de apanhar é doença, mais conhecida como masoquismo. Acho somos masoquistas mesmo.
Passagens grátis... Eu mereço...

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