domingo, 17 de maio de 2009

AS COBRINHAS ESTÃO SAINDO DO NINHO

Trigo é uma gramínea cultivada no mundo todo há milhares de anos, cujos grãos são muito ricos em amido. Da moagem destes grãos se faz a farinha que vira pão, massa, biscoito e outros produtos. O joio também é uma gramínea que cresce no meio do trigo, mas seus grãos têm um princípio tóxico. Neste tom, o fato de o joio crescer no meio do trigo, e ser reconhecido como tóxico, ao contrário do trigo que é um espetacular alimento, é que, no sentido figurado joio tem a idéia de coisa daninha, má, e que aparece no meio das coisas boas.
Criou-se assim um velho ditado que diz separar o joio do trigo, ou seja, separar do que é bom as coisas ruins.
No meio jornalístico, é comum se dizer que a imprensa separa o joio do trigo, mas que, em geral fica com o joio.
Mendes Ribeiro (o pai já falecido) costumava dizer que um cachorro morder o homem não é notícia, mas um homem dar umas dentadas no cão é manchete.
Nesta linha, não interessa se a Governadora Yeda é culpada ou não das acusações que lhe são impostas pela oposição, o que importa é a notícia. A Governadora ser culpada é uma notícia e tanto, a sua inocência é mera obrigação do político, logo não é notícia.
Choveram acusações, mas até agora nada ficou provado. Luciana Genro e sua turma declaram existir fitas gravadas com provas, mas não as apresentam. Ameaçada de processo alega que levantará a exceção da verdade, fazendo - segundo sua estratégia – com que o Ministério Público faça aparecer as tais fitas.
Ora, é verdade que existe este instituto da exceção da verdade. Constitui de procedimento judicial onde o acusado de crime de calúnia, portanto, um crime contra a hora, possa provar que existiu realmente o crime de que acusou o seu desafeto.
O que não vejo dizer é uma coisa óbvia: quem tem de apresentar as provas a instruir a exceção da verdade é quem fez o levantamento deste remédio jurídico, e não o acusado ou mesmo terceiros, que é o caso do Ministério Público. Luciana Genro quer ficar no abrigo da exceção, mas quer que terceiro saiam a campo para juntar provas a seu favor. Trata-se de uma pretensão ousada e inédita.
Se a moda pega vou acusar meu vizinho de crime, depois se a coisa apertar vou dizer que o vizinho do outro lado tem as provas, que os investigadores vão lá apertar o vizinho para que ele apresente os elementos de convicção.
Joseph Goebbels (1897-1945) o poderoso Ministro Alemão da propaganda costumava dizer que uma mentira dita milhares de vezes vira uma verdade.
Alguém subiu o chaminé do gasômetro com um travesseiro de penas. Chegando lá em cima abriu o travesseiro e espalhou as penas por toda a cidade. Este foi o papel da oposição. Agora, depois de espalhadas aleatoriamente as penas, querem com toda a pressa que o outro lado as recolha, onde quer que estejam. É muito cômodo.
Outro dia, eu estava lembrando uma história que ouvi ainda criança. Um sujeito passou uma semana inteira procurando uma cobra até que a encontrou e matou. Não contente saiu a procurar seu ninho, lá chegando viu que quatro cobrinhas saiam rápidas dali para se espalhar pelo mundo.

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