quinta-feira, 7 de maio de 2009

ULTIMA LEMBRANÇA: UM BELO HINO AO AMOR ETERNO

Quando falo de música, as pessoas sempre me perguntam qual é a música regional que eu mais gosto. Não raro, se decepcionam, pois a maioria imagina algo como CANTO ALEGRETENSE do Bagre Fagundes, que é um verdadeiro hino regional, ressaltando a bela Alegrete. São realmente lindos versos, principalmente a parte que fala: para quem chega de Rosário ao fim da tarde ou quem chega de Uruguaiana de manhã, vem o sol como um brasa mergulhada no Rio Ibirapuitã. Conferi as duas situações, e realmente são lindas. No entretanto, a minha música preferida chama-se Última Lembrança de autoria de Luiz Menezes.
Nela ele canta sua amada com rara beleza. Inicia com a primeira estrofe dizendo - Eu hei de amar-te sempre, sempre além da vida/Eu hei de amar-te muito além do nosso adeus/Eu hei de amar-te com a esperança já extinguida/De que meus lábios possam ter os lábios teus. Canta aqui o amor eterno: a esperança de todos os amantes.
Na segunda estrofe, quando prevê a própria morte, roga que possa neste momento ainda pronunciar o nome da amada. Quando eu morrer permita deus que nesta hora/Ouças ao longe o cantar da cotovia/Será minh'alma que num canto triste chora/E nessa mágoa o teu nome pronuncia
Na terceira, anuncia seu desejo de transcendência em todos os lugares e bocas, inclusive dos poetas. Segue : (eu viverei eternamente nos cantares/Dos pobres loucos que dos versos /fazem o ninho/Eu viverei para a glória dos pesares/Onde quase sucumbi nos teus carinhos)
Nesta quarta estrofe, Cria uma figura poética de rara beleza, onde o amante viverá como um fantasma na imagem do outro, diz uma sombra em tua sombra. Assim: Eu viverei no violão que a noite tomba/Ante a janela da silente madrugada/Eu viverei como uma sombra em tua sombra/Como poesia em teu caminho derramada/ No final da estrofe, encerra derramando a poesia no caminho da amada.
Encerra esta linda poesia, num hino de amor, jurando para a eternidade que o tempo não lhe tirará o grande amor de sua vida. Veja: Nem mesmo o tempo apagará nossos amores/Que floresceram de uma ilusão febril e mansa/Eu viverei como uma sombra em tua sombra/Mas te levando em minha última lembrança. Falar dos amores que florescem de ilusões febris e mansas não pode deixar quem tem alguma sensibilidade desassossegado.
Confiram esta linda letra na maravilhosa voz de Dante Ramon Ledesma.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

QUEM É ESTE ESCORPIÃO?

Minha foto
PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL, Brazil
EU E MINHAS CIRCUNSTÂNCIAS