Leio que foi publicada uma biografia de José Sarney. Segundo a imprensa, trata-se de biografia autorizada, ou seja, foi fiscalizada, conferida e chancelada pelo biografado. Para mim, biografia autorizada não é biografia mas sim diário pessoal. Diário pessoal também tem o seu valor, mas deve ser tido como tal e não como biografia, que pressupõe um histórico isento. Biografia feita por fã constitui sempre uma distorção. Se bem que é verdadeiro que muitos autores de biografia, não raro, se apaixonam pelo sujeito biografado e descambam numa bajulação só.
As melhores biografias são aquelas escritas muitos anos depois, quando os ventos da vida do biografado já cessaram, e quando as paixões já se amenizaram. Biografia com a fiscalização do biografado é um risco.
Roberto Carlos, por exemplo, vetou sua biografia e entrou com um ação que levou à censura do livro, e, o que pior a queima dos exemplares remanescentes. Comprei o meu exemplar antes do recolhimento.
A biografia de Roberto Carlos, por ele censurada, também é laudatória. Restam somente dois episódios que devem ter dado motivo para a indignação do cantor: a perda da perna no acidente de trem, e alguns episódios onde estavam, entre outros, a figura de Carlos Imperial. No mais, não vi qualquer motivo para a indignação.
Voltando ao Sarney, acho que daria uma biografia maravilhosa, mas feita por alguém isento, tal como Juremir Machado da Silva, por exemplo. Garanto que uma biografia escrita por Juremir seria uma maravilha. O biografado é uma figura muito interessante, pois participou de todos os governos nos últimos cinquenta anos. Ninguém teve uma participação tão grande nestes 122 anos de república. Vou ficar esperando a definitiva, pois esta que está ai não merece os meus cansados olhos.
Existem duas pessoas inviáveis dentro de mim: a primeira, a que os meus inimigos imaginam; a segunda, a que os meus amigos propagandeiam.
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