segunda-feira, 7 de março de 2011

A OBRA SAI; A PARCERIA TAMBÉM.

Nas discussões sobre a reconstrução do estádio do Internacional, o Pinheiro Borda, mais conhecido como Beira Rio, e, ironicamente, pelos gremistas de Beira Lago,  tenho ouvido algumas coisas bens interessantes. Delas, por exemplo,se infere que o Rio Grande do Sul deve ser um dos estados mais ricos da nação brasileira. Li, por exemplo, que o Internacional poderia vender 2.000 cadeiras perpétuas abaixo do chamado quepe. Para quem não sabe o colorado quando estava construíndo o estádio pretendia cobrí-lo todo, somente tendo parado quando o Grêmio lançou um projeto de aumento do Olímpico que deixaria o estádio do imortal maior. Foi quando a diretoria da época resolveu não cobrir todo o estádio, tendo parado a cobertura, deixando somente um pedacinho no lado oposto à social, pensando, em mais tarde demolir este naco, e aumentar o estádio daquela lado. O Grêmio mudou o rumo e cobriu todo o estádio na gestão Dourado.  Este pedacinho estranho, igualzinho a um quepe de militar, passou a ser chamado simplesmente de quepe. Então, pensam que poderiam vender dois milhares de cadeiras  ali no quepe pela bagatela de R$50.000,00 cada uma. 
Temos que excluir as classes C e D, que não tem condições econômicas para tal aquisição. Temos que excluir as populações que vivem longe da capital. Devemos excluir as pessoas que torcem para outros clubes, incluindo a maioria da população que é gremista. Das pessoas que poderiam adquirir tais cadeiras, devemos excluir as que já tem cadeira do outro lado do estádio. Das pessoas que sobram quantas não acham que tal investimento é demasiado supérfluo?
Se você já se convenceu que se trata de delírio, escute mais esta: o internacional imagina poder vender 100 camarotes a R$1.000.000,00 cada um. Incrivelmente, já teria conseguido colocar 25 deles. Não consigo imaginar uma pessoa física colocando tal quantia de seu patrimônio para utilizá-lo  40 a 50 vezes por ano. Nas pessoas jurídicas de capital, os acionistas não deixariam que a empresa fizesse uma aplicação destas em ativo que não faça parte de seu objetivo social. Nas pessoas jurídicas de pessoas, até poderia acontecer pois geralmente o majoritário faz valer a sua vontade, mas mesmo assim os que podem fazer esta liberalidade são muito poucos. 
Na verdade, a obra colorada já está em andamento, toda fundada neste tipo de sonho. O problema da Copa do Mundo é só motivacional. O Internacional quer é modernizar o seu estádio face à construção da Arena do Grêmio. Como o Grêmio fez parceria, e os colorados queriam menosprezar a obra tricolor, tentaram tomar o rumo do auto-financiamento. A obra colorada seria resultado da venda do antigo Estádio dos Eucaliptos, e as vendas de tais camarotes, somando tudo o orçamento de R$150.000.000,00.
Acontece que nenhuma das coisas vai acontecer:  a obra custará muito mais do que os 150 milhões, e a renda das vendas não está se confirmando,
Daí que somente existem duas saídas ou faz uma parceria ou paralisa as obras. Dado o passado,  as duas são vexatórias. Na primeira, farão que o criticaram no Grêmio; na segunda, inviabilizarão a Copa do Mundo no estádio remodelado. 
Nem a opção de não fazer nada existe. Vinte e cinco por cento da arquibancada inferior do estádio já foi demolida, ou seja, não há mais volta. A obra tem que sair, pelo menos em parte. Para atender as exigências da FIFA, não menos de 200 milhões serão necessários. 
Meu palpite? Sai a parceria. O custo encolherá com a desistência da cobertura, que não é obrigatória para o padrão FIFA. 

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

QUEM É ESTE ESCORPIÃO?

Minha foto
PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL, Brazil
EU E MINHAS CIRCUNSTÂNCIAS