domingo, 6 de março de 2011

ERA VERDE

Há alguns dias, mais precisamente no aniversário de 50 anos de minha cunhada Magda, minha filha Gabriela estava com as unhas pintadas em cor da moda. O problema é que abriu uma discussão na mesa sobre a verdadeira cor do esmalte sobre a unha de Gabi. Fui vencido dizendo que era verde, pois a maioria achou que era azul.
Dizia Berkeley que tudo se reduz à percepção e à mente que percebe. Assim, a água que sai do chuveiro pode ser quente ou fria, conforme o sujeito que está debaixo da ducha.
Antes que eu leve uma chinelada, adianto a pergunta óbvia: mas se eu botar a mão no fogo vou me queimar, logo se queima em todo o mundo todos estão sentindo o fogo da mesma forma? Não, pois a dor não está no fogo, mas na mente do queimado. Dizia ele que somente existe o fogo se existe alguém para o perceber. Em suma, nada existe no exterior da mente.
Esse est percipere et percipi, traduzindo para o português dos mortais: ser é perceber e ser percebido.*
A percepção das cores é algo totalmente subjetivo. Daí que cada um tem a sua preferida. As cores não são, elas apenas estão na percepção, ou seja, no espírito de cada pessoa.
Voltando às unhas de Gabi, ainda acho que eram verdes.

*A história da filosofia - Organização de Bernardete Siqueira Abrão - Nova Cultural - 2004

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